O consumidor cristão

Sábado acabei indo à expo-cristã, estava enorme e muito movimentada, quando entrei e buscava um lugar para minha filha se divertir um pouco fiquei meio assustado, cantoras gospel que estavam lançando seu trabalho com shows nos stands, não importa qual o tamanho dele, uma mulher que me deu a foto da filha dela para ela autografar, além de borrifar um perfume no meu braço sem pedir (não sei quem a artista era, estou bem por fora de quem são as celebridades gospel do momento, não adianta me pedir, eu não peguei o autógrafo), me assustou um pouco, parecia uma selva, é meio difícil segurar o sarcasmo, principalmente quando você vê uma banda gospel emergente cortar sua frente na enorme fila de entrada e quando você encontra um stand promovendo um personagem infantil idêntico ao líder do mercado (deve ser um genérico dele).
É difícil encarar tudo isso, principalmente depois de ter lido Tom Sine (post de terça), não custa pensar no quanto isso tem ajudado ganhar amigos para Cristo, será que a gente precisa de mais que isso para ganhar a cidade para Cristo? Acho que o que a gente precisa não estava a venda, acho difícil alguém começar a vendê-lo.
De qualquer forma aproveitei os descontos da Editora Vida e Vencedores por Cristo (que não colocaram os conjuntos para cantar ao vivo, Graças a Deus!), e uma surpresa muito legal com a adaptação dos VegieTales aqui no Brasil, eles realmente tem um trabalho muito bom.
Encontrei também uns amigos que não via a muito tempo, coisa que me alegrou muito.

Encontrei um post muito bom do Ooze Blog, no blog do Rick Stilwell: "Confessions of Leaders & Pastors Who Are Reimagining Church"(Confissões de pastores e líderes que estão reimaginando a igreja hoje):
1. Confessamos o quanto caímos no cinismo, seja ele por causa de um passado ferido ou por um Experimentalismo Radical

2. Confessamos que somos frequentemente otimistas e esperançosos. Que é o nosso grande amor por Deus e Jesus como proclamado na escritura que nos leva a viver como vivemos, nós acreditamos naquilo que cremos. E isso sempre leva ao idealismo.

3. Confessamos que no nosso desejo por credibilidade e entusiasmo por novas formas de se viver o Reino de Deus, nós acabamos culpados pela mesma estreiteza de visão que dizemos que deixamos.

4. Confessamos que precisamos de humildade nessas coisas. Nós precisamos manter grandes convicções e ao mesmo tempo viver com, como meus amigos dizem: "uma postura de admitir o que não se sabe"

5. Confessamos que vamos fazer coisas boas de uma forma sofrível. Que vamos viver de forma correta, equivocadamente.

6. Nós confessamos que somos otimistas a respeito da admiração mútua das várias faces da Igreja. Isso nos leva a cair em algumas discussões da Bíblia, da igreja e filosofia que acabam com resultados frustrantes. Ironicamente, são esses resultados que reforçam nosso pensamento cínico a respeito da igreja, nos levando à estreiteza de visão (conforme # 3)

7. Confessamos que não temos nada para provar, mas nós vamos viver aquilo que a gente faz.

8. Confessamos o quanto é difícil confessar todas estas coisas porque tememos que outros vão tomar tudo isso de forma distorcida e vão usá-las contra nós (conforme #7)

Se a igreja precisa de autenticidade essa confissão é um bom passo.

Este é o tipo de artigo que preciso ler a cada mês: "The(Blue)Man inside", de Adam Wright.
Ele fala do show do Blue man que assistiu e que teve um certo despertamento espiritual no show quando eles fizeram uma performance, eles colocaram uma máscara de pessoas (não-blue man) e começaram a fazer o dia a dia, escovar os dentes, ir trabalhar, voltar para casa, jantar, dormir, acordar, escovar os dentes ..., e sua performance foi se tornando repetitiva até que um deles voltou a ser um Blue Man e começou a dançar, tocar e pintar... conforme o autor, há um Blue man dentro de cada um de nós querendo fazer arte, viver e não deixar a vida tão repetitiva assim. E é assim que Deus queria.
É um desafio sair desse ciclo, é um desafio não viver pensando que aquilo que a gente faz no trabalho define o que somos, e quando penso nisso, fico aliviado, e creio que são coisas do Espírito Santo, somos muito mais do que nossa descrição de trabalho fala, precisamos nos conscientizar disso, deixar nosso "Blue man" despertar e viver, foi para isso que Deus nos criou.
Ah! Eu achava o "Blue Man" interessante desde que a IBM utilizou-os em suas propagandas, recentemente comprei um DVD deles e achei demais!

O perfil de três reis

Li hoje, um livreto interessantíssimo recomendado pelo Pr. Ed René: O perfil de três reis, fala da história de Saul, Davi e Absalão, o livro é meio antigo, mas foi escrito de uma forma muito legal e exalta a mansidão e submissão como dons que fizeram grande diferença no maior dos reis.
Dá um perfil interessantíssimo do que acontece em jogo de interesses e poder, para quem está sofrendo em um ou para quem já sofreu disso acho que vai ser muito bom. Acima de tudo mostra o quanto a obsessão por controle é totalmente inútil. Falou muito para mim, recomendo.

...Reinventando a vida e a fé para o futuro. Esse é o título original do livro que acabei de ler: "O lado oculto da Globalização", esse livro já estava há bastante tempo no meu Wish List da Amazon.com, quando o Sandro Baggio me alertou que o livro já tinha uma versão em português com esse título, se não fosse assim eu nunca iria imaginar. Na verdade achei o título muito oportunista e pode camuflar o bom conteúdo do livro.
O pessoal que me conhece sabe que entre o carinha de camisa vermelha que ficaria batendo panela na frente da igreja e o executivo empreendedor de terno e gravata eu acho que sempre estive mais próximo deste último, mas isso não quer dizer que eu seja insensível a causas sociais, só desejo que tudo seja discutido com o máximo de lucidez possível e não se "mate a galinha dos ovos de ouro" ou se "jogue o nenê junto com a água do banho"(ou qualquer outra metáfora que nos ensine a não acabar com o importante por causa do urgente). Acho que as pessoas não devem ser obrigadas a colaborar assim como acho que elas não devem ser coagidas a nada na igreja, detesto aquelas broncas que tentam se dar em algumas mensagens, esse é o tipo de coisa que pode se atingir com discipulado diligente e um caminhar com sensibilidade, coisas que o Espírito vai promover. Acho que o livro ajuda em muito a igreja a promover esse tipo de sensibilidade e discipulado.
Gostei muito do livro, o autor (Tom Sine) é um futurólogo que apresenta os cenários possíveis com esse processo de globalização e alerta a igreja por não se preparar a responder às necessidades futuras, pois está se preparando para responder às perguntas que foram feitas ontem. O autor estruturou o livro muito bem, em suma, colocou claramente que à medida que o mundo entra em um processo bem competitivo, à medida que nossa classe média está trabalhando cada vez mais para conseguir obter até menos do que a geração passada conseguiu obter, à medida que ela é pressionada a obter ainda mais, pode ocorrer uma grave consequência à igreja nos próximos anos: o mundo vai se tornar cada vez mais carente da ação da igreja quando ela terá menos possibilidades de atender a essa carência, pois os crentes terão menos tempo e menos dinheiro para colaborar com a causa.
Não quero dar respostas de um centavo a essa pergunta de milhões de dólares, mas a solução do autor é conscientizar a igreja e estruturar o discipulado a respeito do que é importante hoje, como citei no penúltimo post, os valores de posse que temos hoje são muito diferentes dos valores de amor que Jesus propôs. Quando passei por um curso muito legal de discipulado, lembro que tivemos um módulo de vida simples que foi realmente muito desafiador a todos nós.
E realmente essa é uma das respostas: não precisamos de tudo, podemos viver uma vida muito mais simples para ministrar com aquilo que Cristo nos dá, é a essência da mordomia. Algo muito além dos 10% que achamos o suficiente para dar.
Finalmente, devo preparar que o autor é um pouco repetitivo, mas a leitura é muito importante e gera uma discussão bem legal, muitas das propostas são bem factíveis e bem criativas, só fiquei com um pé atrás da nova estrutura monástica de comunidade que ele propôs, nada é impossível.
Quero aproveitar para citar um documentário muito bom que assisti: "Surplus, Terrorized into being costumers" (tem feito parte da programação da GNT-NET/SKY) um documentário excelente e chocante que fala desse sistema de vida consumista que está levando a muitos a mais tristeza, no entanto a resposta radical tem sido a violência dos grupos que tem protestado nas conferências mundiais. A Semente de Mostarda ainda tem a melhor resposta, ah! coloquei ao lado um link para a ONG do Tom Sine que é a Mustard Seed Associates, complementa bastante o livro e atualiza seu conteúdo (ele é de 1999, ainda pré 11 de Setembro)

O gostinho por uma conspiração

Finalmente terminei de ler "O Código da Vinci", esperava tê-lo lido completamente no feriado, mas li somente a metade em Ubatuba, voltei para cá com o peso de administrar a leitura de três livros, mas a cada momento mais descontraído era um momento para avançar até conseguir terminar. O livro é uma ficção, é entretenimento e é bom aproveitá-lo dessa forma.
O problema é quando o pessoal começa a levar essas mensagens à sério, na esperança de que o que ocorreu com Jesus Cristo na verdade não tenha sido nada do que sabemos, e há muito esforço para isso, já vi gente entusiasmada com a idéia de que Cristo teria ido para Índia após sua morte, de que ele teria sido discipulado pelos essênios e agora de que ele tinha deixado o legado da igreja a Maria Madalena e de que seus ensinamentos teriam vindo da mitologia greco-romana.
Por que será essa busca de se fugir do que Cristo fez e propôs?
Por outro lado ouvi um comentário interessante do Andrew Careaga na versão inglesa do blog dizendo que os crentes americanos consideravam aquele livro como um livro que não deveria ser lido. Creio que se a nossa fé tiver que ser escondida para protegê-la, acho que se tornará uma ilusão. Estou aguardando o livro de Erwin Lutzer que deve falar muita coisa à respeito.

Para pensar no fim de semana

Do livro "O lado oculto da Globalização" Tim Sine:

"... ser cristão é frequentemente reduzido a pouco mais que um lubrificante devocional que nos impede de fundir o motor enquanto tratamos de subir a montanha, tentando chegar primeiro na carreira, na vida social e nas atividades dos filhos....A maioria de nós - sejamos evangélicos, protestantes tradicionais ou católicos - parece ter aceitado sem questionar que um futuro melhor significa avançar na carreira profissional, morar num belo lugar e ascender na vida social. Como os nossos pares seculares, parece que abraçamos a idéia de que quanto mais temos, mais somos."

Parece que nos desviamos do caminho, será que perdemos alguma placa? Como a gente volta?

Faz Sentido...

Saiu uma meditação minha no Inquietudes, mas para saber o que escrevi é melhor ir para lá! O texto está no post de 15/09, espero que o abençoe.
Carlos, valeu pela arte e pela oportunidade!

Filmes do fim de semana

Como passei o fim de semana de molho, deu para voltar a ver alguns DVDs, assisti 2:
Cold Mountain: Uma história muito bonita que mostra a grande importância da amizade em tempos difíceis e dos momentos que passamos, eles podem ser poucos, mas podem ser eternos.
Duplex: Não perca seu tempo, pensei que Ben Stiller e Drew Barrimore podiam garantir um filme bem divertido, mas não foi o caso. Só assista se você gostou muito de "Jogue a mamãe do trem" e "A Guerra dos Roses", o filme é tão angustiante quanto.

Trilha sonora muito legal!

Como estou meio contundido, passei da tarde pra noite conectado, entrei no site da Mars Hill Community Church (Seatle) e enchi o playlist com as músicas de suas bandas e mandei ver o "play", cheguei a dar uma olhada no perfil dos líderes e o perfil da igreja. Foi como se estivesse em um louvorzão deles, valeu a pena!

Só que o exemplo é dos Estados Unidos... (de novo)
Recebi no grupo de discussão "A New Kind of Christian" um e-mail de uma menina que está participando do processo de início de uma igreja menonita emergente, A igreja é a Vintage 242 Church, "para os que amam a Deus, os que tem dúvida a seu respeito e os que o buscam."
Minha oração para um exemplo brasileiro em São Paulo continua, como disse no post de 2 de Agosto.

Nada como um dia após o outro

Depois de um feriado realmente maravilhoso em Ubatuba, tive um dia de trabalho bem pesado e em algumas horas, bem frustrante, tive horas em que toda minha gratidão pelo feriado tinha ido por água abaixo. O interessante, foi que nesses momentos pesados, veio uma música em minha mente (coisas do Espírito):

"Prá sempre Ele é conosco, o nosso Emanuel, Deus forte, poderoso, prá sempre Ele é fiel"...

Não lembro direito da música inteira, mas como é bom ser lembrado da fidelidade e amor de Deus em meio à frustração, hoje quero dar Graças a Deus, graças por essa fidelidade e por sua bondade, por que Graças a Ele podemos ter esperança de que o dia seguinte não vai ser necessariamente como o dia anterior, dou Graças a Deus porque com Ele sempre há uma oportunidade de virada, e por sua bondade até os momentos ruins nos fortalecem para curtir a virada de uma forma mais viva.

Não lembro da música inteira mas ela começa assim:

"Dai Graças ao Senhor ao Rei dos Reis, pois seu amor é prá sempre"

Termino mais uma semana bem agitada, tinha algumas coisas para postar, mas não deu, quando voltar da viagem do feriado eu atualizo, só gostaria de adiantar que iniciei a leitura do livro "O lado oculto da Globalização" de Tom Sine, e estou bastante entusiasmado pelo que comecei a ler.
Comecei a semana também preparando a casa para uma viagem no feriado, finalmente vamos para a praia (depois de 13 meses sem água e areia!), estou preparado para pegar um senhor trânsito e encontrar uma multidão lá em baixo, mas a minha necessidade de praia é maior que o medo de todo esse desconforto. Dessa vez vou levar o livro "O Código Da Vinci" para as horas de ócio na areia, entre uma nadada e outra e entre cavar um buraco na areia com minha filha e outro buraco, se Deus quiser, terça feira estamos de volta. Encontrei um comentário na Relevant Magazine a respeito do livro, a resenha é meio fraquinha, mas a discussão que se segue depois é bastante interessante, acho que vai me ajudar.
Contamos com suas orações.

Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial