Hoje eu li uma entrevista muito interessante de Dallas Willard para revista Relevant, eu gosto das entrevistas dessa revista, principalmente quando pega uns autores destes que no final acaba dizendo com outras palavras o que afirmam em seus livros, mas de uma forma bem mais prática, a entrevista teve três partes, o entrevistador (Keith Giles) foi bastante oportunista em suas perguntas, pois ele já tem algum envolvimento em trabalhos mais “subversivos” (a entrevista é chamada de subversiva) e está plantando uma igreja na Califórnia. Há muita coisa que já confirmei nos dois primeiros capítulos do livro “A Conspiração Divina”, de qualquer forma, seguem os pontos que achei legal

  • Dallas Willard vê que o maior déficit da igreja é o de discipulado, ele vê uma falta muito grande de se tomar a Jesus Cristo como mestre e seguir suas palavras com todo o vigor.
  • Ele chegou a afirmar que a crise não é de liderança, pois a liderança foi uma preocupação que o ambiente contemporâneo acabou incitando, lembrou a passagem em que Cristo fala de não chamarmos a ninguém mestre ou doutor, Jesus é o líder, temos que segui-lo
  • Chamou também a toda a correria da igreja tanto em afirmar suas tradições, como em se adequar a uma concepção mais contemporânea, como também à ênfase em se tomar sua doutrina como a verdadeira como meras distrações que realmente tem tornado a igreja irrelevante, o problema é como seguir a Jesus Cristo e suas palavras
  • Afirmou (como já vi bem enfatizado nos dois primeiros capítulos do livro) o problema em se tomar a graça como uma transferidora de crédito dos livros celestiais para nossa vida e tê-la somente como responsável por nossa ida ao céu, afirmou a graça como algo que funciona a partir de hoje para moldar nosso ser e nossas ações e não somente para perdão.
  • Achei interessante quando eles leram a passagem de estarmos preparados para respondermos à razão da nossa fé não como uma chamada a apologética quando queremos responder às perguntas que as pessoas não estão fazendo ainda, mas sim, ter vidas manifestando graça e diferença a ponto das pessoas virem perguntar o porquê de tanta alegria.
  • Discutiram do problema das pessoas tomarem teologias erradas para se defender do constrangimento que as pessoas radicalmente cristãs geram assim como do problema de se fugir da teologia para expressar pragmatismo, quando nossa vida manifesta a teologia que adotamos.
  • Ele tem uma esperança de renovação à medida que as pessoas entendem a mensagem de Cristo e começam a manifestar sua graça no dia a dia, como algo contagiante e com um potencial muito grande de mudança nas igrejas. O próprio fato das igrejas se moverem sentindo que têm que mudar já é um pequeno começo.
    Em suma, peguei algumas coisas interessantes, é uma discussão difícil, uma vez que as pessoas que se apegam à formas, rituais e tradição falam que estão fazendo isso mesmo, uma boa forma de sair pela tangente e prejudicar quem está sendo sincero nesta discussão. Concordo em muitos pontos de que à medida que tomamos a mensagem de Cristo para nós hoje, nossa preocupação será outra, realmente uma discussão superior à liderança, rituais e forma da igreja. Os ministérios gerados pelos dons terão o seu lugar (sanando o problema da liderança) e a mensagem será pregada como Cristo pregou (sanando o problema da relevância, uma vez que ele não se apegava a formas).
    Segue a entrevista:
    Primeira parte
    Segunda parte
    Última parte

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