De cercas para mananciais

Queria compartilhar um pouco do que estou lendo em "The Shaping of Things do come", na verdade ainda não terminei o primeiro capítulo, as letras são pequenas e os autores compartilham um tremendo conteúdo.
Os autores vêem a igreja no modo da Cristandade como Atracional, dualista e hierárquica. A proposta deles é uma igreja Encarnacional, messiânica e apostólica. E eles começam definindo o que vem a ser uma eclesiologia encarnacional.
Encarnacional vem de encarnação, a maior inspiração é o próprio Deus que se fez homem em Cristo e veio viver em nosso meio (se encarnando), a forma atracional vem do modo que as igrejas trabalham de atrair as pessoas ao seu meio para que somente lá elas desfrutem daquilo que a igreja oferece.
De tantas coisas interessantes que eles discutiram, uma coisa que tem me feito pensar nos últimos dias é um dos fatores que eles apresentaram que diferenciam essa igreja atracional da igreja encarnacional: é o enfoque de definição de limites da igreja atracional e o enfoque de definição do centro da igreja encarnacional, para isso eles definiram a figura das fazendas com cercas e as fazendas com mananciais.
Há fazendas que colocam cercas para que o gado não possa invadir outras propriedades e se perder e há outras fazendas que não podem fazer o investimento de estabelecer cercas mas buscam manter seu gado ao redor dos seus mananciais aos quais eles recorrem de acordo com sua necessidade.
Nas igrejas atracionais (não encontrei um nome melhor para traduzir esse termo), se estabelecem limites muito claros para definir quem está dentro e quem está fora, a igreja é definida por seu rol de membros, alunos matriculados em escola dominical e também seu código de conduta que é o que marca mais claramente "os de dentro", nesse modo, a conversão a Cristo implica também em uma mudança cultural mais profunda que às vezes não está ligado diretamente ao evangelho de Cristo, mas ao que a comunidade pratica, o interessante é que este modo chega a ser tão rígido, que sair da cerca significa o ostracismo, quase uma traição.
O que me chamou a atenção no modo encarnacional foi a definição da igreja como uma rede de relacionamentos, e esses relacionamentos se fortalecem na fonte (o manancial) que é Jesus Cristo, as pessoas recorrem ou não à medida que elas descobrem o quanto o evangelho vivido e pregado é relevante à eles, a pessoa está ligada à comunidade à medida que ela está ligada às pessoas e se envolve com a comunidade através das oportunidades e propostas que ela lança. As pessoas participam da comunidade sem necessariamente terem se cadastrado no rol ou ter mostrado publicamente sua conversão, uma vez que a conversão é vista como um processo ao invés de algo extremamente definido com dia, mês e hora. Como já vi um testemunho de outro livro, o sucesso da igreja não está nos números do rol de membros mas nos relacionamentos mantidos pela comunidade.
Um pouco mais parecido com o que Jesus fazia


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