Experimentando humanidade

Tenho que confessar, meu trajeto de ônibus para o trabalho é muito ruim, o ônibus dá tantas voltas que levo de 105 a 130 minutos para chegar lá, não é somente um ônibus, tomo um ônibus na frente de casa que chega em média em 90 minutos ao Largo da Batata, Pinheiros, onde tenho que tomar um outro ônibus por mais 15 minutos até onde trabalho. Se eu consigo sentar nos primeiros 10 minutos até tudo bem, mas se não, vou demorar no mínimo mais 40 para conseguir sentar depois de ser amassado de tudo quanto é jeito. A volta é pior, pois pegar o ônibus na Rua Teodoro Sampaio, é uma luta. Eu enfrentava isso numa boa quando estudava, mas não agora, coisas da idade.
Há um bom motivo para pegar ônibus um dia ou outro: deixar o carro para minha esposa desfrutar dele, o carro não é meu, é nosso, mas certamente esses são momentos em que penso seriamente em comprar e manter o segundo carro, o custo da manutenção valeria a pena. Com carro eu levo menos da metade do tempo e posso acordar no mínimo uma hora a mais.
Não tinha esse problema antes, quando trabalhava em Alphaville, tinha um ônibus fretado que era muito mais confortável e onde podia ler ou dormir tranquilamente e chegar ao trabalho com a roupa ainda passada.
Mas uma coisa tem feito diferença nestes dias de ônibus, que certamente não tinha em Alphaville, as mulheres levando seus filhos para a creche, alguns nenês bem novos envoltos em cobertores, o som de algumas crianças tossindo... hoje em Pinheiros uma criança estava desesperada pedindo o colo da mãe a ponto de chamar a atenção das dezenas de passageiros do ponto, a mãe envergonhada ria, mas não pegava o menino.
Não estou sendo irônico não, essas coisas cortam o meu coração, sinais de que muita coisa não corre como deveria. É difícil se incomodar em Alphaville ou em algum ônibus fretado, e nesse incômodo, Deus me ensina e me chama para me incomodar como Cristo.

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