Na minha retrospectiva literária de 2006, tinha falado que "The Shaping of Things to Come" era semelhante ao "The Emerging Church", são semelhantes em questão de importância para o entendimento da igreja emergente, no entanto, enquanto o TEC faz um relatório muito bom do que é a igreja emergente hoje, o TSOTTC nos ajuda a entender o porquê da necessidade de uma nova igreja hoje e nos dá o caminho para esta jornada.
Os autores começam descrevendo o evento "Burning Man", um mega evento realizado no deserto de Nevada, Estados Unidos em que promovem diversas manifestações artísticas e também espirituais com o detalhe que eles deixam o local tão limpo quanto encontraram antes da festa, (Vendo o evento, logo me veio o contraste do que vi na rua após a Marcha para Jesus), só que o evento não é cristão, longe disso, mas é um evento que soube chamar jovens interessados em expressão e espiritualidade.
E os autores lançam a pergunta que passa a bater a mente, porque a igreja não é mais o primeiro lugar onde as pessoas vão buscar por espiritualidade?
Temos problemas, se pensarmos bem, se ouvirmos mais atentamente ao que Cristo falou e vermos o que é a igreja hoje vamos concluir que a igreja acometeu em um desvio de rota.
Os autores apontam três equívocos na igreja atual chamada como estando no modo Cristandade:
- É Atracional (não encontrei uma palavra melhor no português): Ela espera que as pessoas venham para encontrar Deus e tenha comunidade com outros;
- É Dualista: é pródiga em separar o sacro do profano, o santo do não santo e quem está dentro e quem está fora;
- É Hierárquica: ela tem um enfoque sistêmico em sua ação e na sua forma de ver as coisas, que vai tanto da forma que vê e aplica teologia até a sua forma de organização
- Será Encarnacional, isto é, deixará suas zonas de conforto religiosas para conviver em outras culturas levando sal e luz a elas;
- Será Messiânica, que é uma espiritualidade de engajamento na cultura e no mundo da mesma forma que o Messias fez;
- Será Apostólica (e não confundam com este termo já roubado pela Igreja Renascer para criar alguma legitimidade a seu movimento), ela deverá desenvolver uma forma apostólica de liderança ao invés da forma tradicional hierárquica (aqui vocês podem notar a grande diferença).
Alan Hirsch é diretor da Forge Mission Training Network, ao longo do livro somos apresentados a várias de suas iniciativas. O interessante também é ver a perspectiva da igreja emergente fora dos Estados Unidos e Inglaterra.
Cada um dos autores já lançou um outro livro muito bem comentado, Hirsch lançou "The Forgotten Ways: Reactivating the Missional Church", e Frost lançou "Exiles: Living Missionally in a Post-Christian Culture", já estão na minha lista de compras para maio.
Vou explicar mais nos próximos posts
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