Se fala muito contra a institucionalização da igreja, o autor se junta a estas vozes, mas o que vai substituir a igreja como uma máquina bem ajustada? Hirsch propõe uma visão mais orgânica que veja a igreja como fora proposta pelos apóstolos, um organismo vivo.
"À medida que crescemos e começamos a operar no modo clássico de crescimento da igreja, era cada vez mais difícil encontrar Deus no meio de um aparato semelhante a uma máquina que era necessário para 'tocar a igreja'... Um enfoque de sistemas vivos busca estruturar a vida comum de uma organização ao redor dos rítmos e estruturas que espelham a vida em si mesma. (p.182)"
No estudo de alguns autores que propõem um enfoque orgânico, Hirsch encontrou alguns aspectos que favorecem essa análise: todas as coisas vivas parecem ter uma inteligência nata; a vida parece ser sempre interconectada; informação trará mudanças à medida que todos os seres vivos respondem à informação e estes seres vivos respondem aos desafios de adaptação e emergência. Para esse enfoque funcionar, precisamos de algumas providências:
Interessante que essa necessidade do caos tem sido cada vez mais emergente pois, os sistemas vivos que entram em equilíbrio tendem à morrer ou definhar, só essa aproximação fará com que o sistema vivo responda melhor às novidades que lhe são propostas e crie soluções para sua adaptação. O livro mesmo já dedica um anexo inteiro definindo a teoria do caos em relação à igreja pós-moderna.
"Plantar uma nova igreja ou remissionalizar uma já existente, não é um enfoque primariamente em construir templos, definir cultos de louvor, tamanho de congregações e cuidado pastoral, mas posicionar toda a comunidade ao redor de um discipulado natural nas amizades, louvor como um estilo de vida e missão no contexto da vida cotidiana.(p.185)"
Nesse enfoque orgânico, vemos que a geração de novas comunidades se daria através de um nascimento de outro organismo vivo e não pela clonagem, isto é, as comunidades deveriam gerar outras sem se preocupar que estas sejam um cópia delas. E a geração de novas igrejas deveria ser algo realmente natural, igrejas que não geram outras, são casos realmente preocupantes.
Finalmente, temos dois aspectos orgânicos que devem estar presentes na vida da comunidade, um é a questão da rede de relacionamento, comunidades operam em redes descentralizadas, o autor citou até o Al-Qaeda como um movimento que soube utilizar muito bem esse aspecto de operação em rede. Outro aspecto é o crescimento, a verdade do evangelho é algo para ser transmitido de forma viral, algo que deverá contagiar pessoa a pessoa, se idéias como ICQ, Orkut cresceram dessa forma, por que a boa nova de Cristo não deveria? Cabe lembrar que a boa nova de Jesus Cristo já foi transmitida de forma viral em vários movimentos de Jesus na história, basta recuperar esse aspecto apostólico desses movimentos.
Tag - igreja missional; igreja emergente; the forgotten ways; Alan Hirsch
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